sábado, 28 de fevereiro de 2015

Programação dos 450 anos do Rio tem mais de 200 eventos

Amanhã a Cidade Maravilhosa comemora 450 anos com agenda cultural intensa. O público poderá assistir a várias atrações gratuitamente, tais como o festival de música clássica Música no Museu, que a cada mês terá um tema diferente. Em março, os tema serão a Mulher e os 450 anos do Rio. Além disso, os amantes da fotografia podem dar a sua contribuição cedendo fotos, documentos e artefatos históricos para o Memória Carioca, um projeto que tem por objetivo aumentar o acervo da cidade e estará todo disponível on-line. A programação oficial terá mais de 200 eventos ao longo do ano, entre as categorias de artes, esportes, seminários, música e festivais. O ministro do Turismo, Vinicius Lages, confirmou presença para a festa oficial neste domingo.

O Rio de Janeiro é o destino brasileiro mais bem avaliado do país em atrativos turísticos, capacidade empresarial e aspectos culturais, de acordo com o Índice de Competitividade do Turismo Nacional, elaborado pelo Ministério do Turismo. O estudo considera a variedade de atrações da cidade, como o Corcovado, o Pão de Açúcar e a Floresta da Tijuca, a quantidade de shows e eventos culturais, além do número de empregos gerados pelo setor.  “O Rio é a porta de entrada do turista estrangeiro que vem conhecer o país. A cidade também é o sonho de consumo de boa parte dos viajantes brasileiros. Com boa infraestrutura, belezas naturais incomparáveis e uma hospitalidade que inspira o país, a cidade é um cartão postal de dar orgulho”, diz o ministro do Turismo, Vinicius Lages.


Somente na capital carioca, o Ministério do Turismo investiu R$ 24,3 milhões. Entre as obras estão o projeto de sinalização turística na cidade do Rio (R$ 1,95 milhão) e a recuperação do Cristo Redentor (R$ 1,46 milhão). Hoje o Rio é o destino mais visitado do país pelos turistas estrangeiros. A satisfação do visitante internacional que visitou o destino durante a Copa do Mundo, em 2014, atingiu 83,2% dos entrevistados. A grande maioria (95,2%) disse que pretende voltar ao país. Segundo a RioTur, entre 2013 e 2014 mais de três milhões de turistas estiveram na cidade, gerando cerca de 2,5 bilhões de dólares.

Fonte:http://www.mercadoeeventos.com.br/site/noticias/view/115100/programacao-dos-450-anos-do-rio-tem-mais-de-200-eventos

Rio, 450 anos: Cinco grandes desafios para o futuro

Cidade cartão-postal do Brasil, Rio tem um mercado turístico em crescimento, mas serviços básicos como placas de sinalização em outras línguas ainda são incipientes

BBC Brasil convidou cinco especialistas para comentar os atuais problemas e principais desafios da cidade

Ao completar 450 anos neste domingo, o Rio de Janeiro chega a um importante ponto de sua história. A cidade, que já foi capital do País, continua crescendo e avançando, mas há questões importantes que se arrastam ao longo dos anos e ainda não foram totalmente resolvidas – entre elas falhas na recepção aos turistas, saneamento básico, violência e mobilidade urbana.

Considerado a cara do Brasil para o mundo, o Rio tem um mercado turístico que segue em crescimento, e há hotéis em construção, mas serviços básicos como placas de sinalização e orientação em outras línguas ainda não se disseminaram.

Os índices de segurança pública melhoraram muito em relação a décadas passadas, mas os assaltos, tiroteios e alto número de homicídios ainda assustam, e o programa de pacificação das favelas enfrenta uma grave crise e tenta se readequar.

A pouco mais de 500 dias da Olimpíada, o Rio é um grande canteiro de obras, com expansão do metrô, construção de BRTs (corredores de ônibus), VLTs (bondes de superfície), túneis e duplicação de estradas, além das instalações olímpicas. A Prefeitura e o governo do Estado destacam os avanços, mas especialistas questionam os impactos e o legado para a população.

Dentre inúmeros aspectos importantes que caracterizam este período – que alguns caracterizam como de transformação e outros, de estagnação – vivido pela cidade, a BBC Brasil selecionou cinco áreas e convidou especialistas para comentar os atuais problemas e os maiores desafios que o Rio deve enfrentar em termos de mobilidade urbana, saneamento básico e poluição, turismo, segurança pública e impactos e legado dos grandes eventos para a cidade.


Veja os principais trechos das entrevistas:

1) IMPACTOS E LEGADO DOS GRANDES EVENTOS


O geógrafo americano Christopher Gaffney viveu os últimos seis anos no Rio de Janeiro analisando os impactos dos grandes eventos sobre a cidade. Suas pesquisas e análises foram destacadas na mídia brasileira e internacional e seu trabalho de pós-doutorado na Universidade de Zurique tem como tema o legado e os problemas da Copa do Mundo e da Olimpíada para os cariocas.


BBC Brasil – Quais são os principais impactos e o legado que a Copa e as Olimpíadas deixarão para o Rio de Janeiro?

Christopher Gaffney – Na minha visão o legado principal é uma cidade mais cara, mais excludente, mais fragmentada e mais privatizada. É a consolidação da ordem de poder na cidade. Há obras de mobilidade, mas faltou entender o transporte associado à moradia e ao trabalho. A Zona Sul e o Centro ainda concentram 60% de todos os empregos no Rio, e poderia ter havido mais investimentos em moradias acessíveis na região central ou em trens para o subúrbio. Há uma ciclovia que ligará o Leblon à Barra, mas ao longo dos BRTs que levam à Zona Norte, não. Estamos pensando em projetos de turismo ou mobilidade urbana?

Teríamos tido um legado maior caso a Olimpíada tivesse sido concentrada na Ilha do Fundão, onde está a UFRJ, como previa o primeiro projeto. Teria havido alterações mais profundas, com impactos positivos para os mais pobres. Isso teria significado mais transportes na Baía de Guanabara, um modelo mais inclusivo de integração com os bairros do entorno e com a Zona Norte, como o Complexo do Alemão, Caju, Complexo da Maré, até mesmo a Baixada Fluminense, além de uma ligação de metrô com o centro da cidade. Focando na Barra, estamos reforçando a lógica vigente, a divisão entre periferia e bairros nobres.

BBC Brasil - O Rio tende a ganhar ou perder com os grandes eventos?

Gaffney – Eu diria que, para a maioria da população, a tendência é perder mais do que ganhar, por diversas razões. O carioca mais uma vez mostrou-se capaz de organizar grandes festas, mas a que preço?

A normalidade foi suspensa, com os feriados em dias de jogos, e reforçou-se a ideia de uma sociedade militarizada, que não entende as demandas dos mais pobres. Houve diversas polêmicas, remoções, dentre outros problemas. Os grandes eventos têm um lado festivo, que leva ao orgulho e ao patriotismo, mas têm também um lado perverso.

Nessa lógica perversa inclui-se a consolidação de medidas de exceção na segurança pública, por exemplo. E isso também aconteceu em Vancouver e Londres. Os grandes eventos não alteram de forma sustentável a lógica da segurança pública, com transformações de longo prazo. Ao contrário, estimulam a criação de soluções imediatistas e de exceção, cuja tendência é se tornarem permanentes, inclusive na legislação.


Além disso, a percepção de ganhar ou perder está atrelada à posição geográfica e à classe social de cada um.

BBC Brasil – O que o Rio pode tirar de lição para o futuro com a Copa e a Olimpíada?

Gaffney – Em grandes eventos, os benefícios são pagos por todos e distribuídos a poucos. Por isso, seria imprescindível atentar mais para a importância de haver consultas públicas. A população deveria ter uma influência muito maior sobre os planos olímpicos. Também é importante rastrear e monitorar o uso do dinheiro público, o que é muito difícil no Brasil. O cidadão deveria ser mais ativo, participar mais desses processos, porque não adianta reclamar só depois que já está tudo finalizado.

2) SEGURANÇA PÚBLICA


Pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da UERJ, o sociólogo espanhol Ignacio Cano vive no Rio há mais de 15 anos e vem acompanhando o cenário de segurança pública na cidade, com diversos livros e artigos publicados, entre eles estudos sobre as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).

BBC Brasil – Quais são os principais problemas atuais em questão de segurança pública no Rio de Janeiro?

Ignacio Cano – Os maiores problemas no momento são o elevado número de homicídios, os roubos também muito elevados e o domínio de grupos criminosos sobre alguns territórios.

BBC Brasil – Qual é o momento atual das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e como o projeto de pacificação pode se desenvolver no futuro?

Cano – As UPPs enfrentaram uma grave crise e agora passam por reavaliação, mas a situação ainda é muito delicada. O programa de pacificação encontra-se num momento difícil, e o cenário não é muito favorável. Vamos ter que ver como evolui até 2016 e, se a trajetória até lá for negativa, a situação pós-Olimpíada pode ser complicada, com a já esperada diminuição do foco de atenção a essas iniciativas e, por consequência, dos recursos disponíveis.

No Complexo da Maré o Estado terá que assumir, e ainda não sabemos o que irá acontecer. Trata-se de um teste, uma grande oportunidade. Por um lado pode-se mostrar algo diferente, integrando mais a população. Por outro, pode-se reproduzir o desastre ocorrido no Complexo do Alemão, com tiroteios constantes, numa situação em que as pessoas praticamente não se beneficiaram da pacificação. Há o risco de a Maré se tornar um novo Alemão.

BBC Brasil – Quais devem ser os impactos dos grandes eventos sobre a segurança pública no Rio? E quais devem ser as preocupações para o futuro?


Cano – Os grandes eventos não alteraram fundamentalmente o panorama de segurança pública no Rio. O que mais trouxe alterações foi a UPP, no sentido de mudar as favelas da Zona Sul, mas nem Copa nem Olimpíadas vão alterar crucialmente as características da cidade. Não existe mais essa expectativa.

Quanto ao futuro, as preocupações deveriam ser tentar fazer uma cidade mais integrada e menos segregada, melhorando os índices de homicídios e tornando-se um território só, integrado. Os investimentos deveriam estar focados realmente na redução dos homicídios e na recuperação de territórios.

3) MOBILIDADE URBANA


Carioca, o arquiteto e urbanista Pedro Rivera é o diretor do Studio-X Rio, uma rede global da Universidade de Columbia, nos EUA, cujo objetivo é repensar o futuro das cidades, com unidades em Amã, Nova York, Mumbai, Pequim, Tóquio, Istambul e Johannesburgo, além do Rio de Janeiro.

BBC Brasil – No que o Rio ainda está errando em matéria de mobilidade urbana, mais recentemente?

Pedro Rivera – A principal questão em mobilidade urbana hoje em dia é como fazer a pessoa migrar do carro para o transporte público. A demolição do elevado da Perimetral, no centro do Rio, é um bom exemplo disso. Sou totalmente a favor, mas usaram milhões para construir um túnel subterrâneo, quando esse dinheiro deveria ter sido usado para desenvolver mais opções de transporte coletivo. Mais BRTs, mais barcas, mais VLTs. Esse deveria ter sido o recado, a prioridade, e não o carro, mais uma vez. Também precisamos investir mais em ciclovias, na bicicleta como meio de transporte.

Nós destruímos nossas cidades para acomodar o carro, visando o transporte individual como prioridade, abrindo estradas e grande avenidas. Agora o desafio é retomar este espaço para a coletividade.

BBC Brasil – Quais são suas principais sugestões para o futuro do Rio em termos de mobilidade urbana?

Rivera – Uma das questões mais importantes é o estacionamento no centro expandido da cidade. As pessoas acham que têm o direito de estacionar na rua, mas na verdade trata-se de um privilégio. Quando eu estaciono meu carro na rua, estou usando um espaço que é de todos, para o meu benefício individual.

A partir disso, defendo que estacionar na rua seja proibido em todo o centro expandido (incluindo Botafogo, Tijuca, Glória). A cidade precisa ter uma política de estacionamento em via pública. Quantas vagas existem? Qual nossa é a meta? Qual é a política tarifária? É preciso começar a pensar o estacionamento no centro das grandes cidades como forma de reduzir o número de carros.

BBC Brasil – Você ajudou a criar um projeto de ciclovias para o centro da cidade que foi aceito pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). O que diz esse plano?

Rivera – As ciclovias do Rio são muito lineares. Na orla, na Lagoa, falta capilaridade, ruas do interior dos bairros também precisam ter as ciclovias. Nosso projeto prevê isso, a criação de uma malha cicloviária no centro da cidade. O custo está estimado em R$ 6 milhões, e o documento foi entregue ao prefeito na metade do ano passado. Recebemos o compromisso de que seria executado, e as obras já começaram.

A ideia é que as ciclovias se conectem às estações de metrô, barcas, à Central, e demais modais. A ciclovia precisa deixar de ser secundária, e tornar-se um investimento de prioridade, visto com importância. São no total 33 quilômetros de malha cicloviária no centro do Rio, que ajudarão a locomoção e a integração com os outros modais.

4) SANEAMENTO BÁSICO/DESPOLUIÇÃO


Um dos mais respeitados estudiosos da Baía de Guanabara e do sistema de lagoas do Rio de Janeiro, o biólogo Mario Moscatelli acompanha há anos o panorama de saneamento básico e poluição na capital fluminense e mantém análises constantes do setor.

BBC Brasil – Quais são os maiores problemas do Rio de Janeiro em termos de saneamento básico e poluição atualmente?

Mario Moscatelli – Neste momento os principais problemas são a falta de políticas públicas para a habitação que sejam mais permanentes e constantes. Isso favorece uma ocupação desordenada do terreno da cidade, gerando o esgoto irregular, que acaba indo para as praias, lagoas, e para a Baía de Guanabara. E onde existe a ocupação ordenada, como na Barra, por exemplo, o poder público às vezes demora em instalar o saneamento básico. Do ponto de vista ambiental, rios, Baía de Guabanara e sistema de lagoas estão poluídos e pagam o preço de toda esta situação.

O Rio é uma cidade do século 21 com saneamento básico do século 18. E não são só as favelas que despejam esgoto no ambiente não. Na região metropolitana não há quase nenhum rio vivo, viraram todos valões de esgoto. Há despejo de esgoto no costão de São Conrado e na enseada de Botafogo, e Copacabana tem problemas quando chove. Flamengo tem influências da Marina da Glória e do rio Carioca, Ipanema e Leblon recebem esgoto do Jardim de Allah e o Leblon especificamente do canal da rua Visconde de Albuquerque. Na Barra, há problemas do Quebra Mar ao Pepê e ainda a contaminação pelas lagoas. Ou seja, todos bairros de classe média. São rompimentos de canos, conexões clandestinas e falta de saneamento mesmo.

BBC Brasil – Do que depende o futuro do saneamento básico no Rio?

Moscatelli – De forma geral as melhorias dependem de políticas permanentes e eficientes de habitação, controle da ocupação urbana em áreas ambientalmente sensíveis, programas de saneamento básico eficientes e a recuperação ambiental do que foi destruído. Ao longo das últimas décadas os recursos nunca faltaram e também não faltarão no futuro, o que falta para tudo isso se tornar realidade é vontade política.

Programas sérios de expansão do saneamento básico surtiriam efeito a longo prazo. São políticas de Estado, de 15 a 20 anos de duração. Mas o problema é que temos uma classe política desconectada da realidade e uma sociedade que quase não cobra nada.

BBC Brasil – Um dos grandes temas no momento é a despoluição da Baía de Guanabara antes da Olimpíada. Como você vê as ações na área?

Moscatelli – As Olimpíadas foram um motivo de esperança no que diz respeito a saneamento básico e despoluição da baía e das lagoas do Rio. Eu fui um dos que acreditou nisso. Mas agora, a pouco mais de 500 dias dos Jogos, eu já vejo que é um setor onde dificilmente haverá avanços, infelizmente.

Sobre o compromisso dos organizadores de limpar 80% da Baía de Guanabara, a solução a curto prazo teria sido a instalação de mais UTRs (Unidades de Tratamento de Rio), blindando, impedindo que estes rios levem esgoto e lixo para dentro da baía, e à medida em que a rede de saneamento básico fosse sendo instalada, num período de 15 a 20 anos, elas seriam desativadas. Mas agora, com tão pouco tempo, provavelmente instalarão ecobarreiras, que são como peneiras, nestes rios, para um efeito mais imediato. Quanto às lagoas da Barra, há dinheiro, projetos e empresas licitadas, mas há entraves agora por questionamentos às obras.

5) TURISMO


Cesar Cunha Campos é diretor da FGV Projetos, unidade de extensão e pesquisa da Fundação Getúlio Vargas que, dentre outras coisas, produz estatísticas e estudos para o Ministério do Turismo.

BBC Brasil – Nas pesquisas desenvolvidas pela FGV, quais são as principais queixas e elogios dos turistas ao Rio de Janeiro?

Cesar Cunha Campos – Ao entrevistar os turistas, percebemos que as maiores reclamações são quanto à limpeza, violência e o idioma, já que quase ninguém fala inglês ou espanhol. Apesar de ter havido avanços em segurança, os assaltos e a violência ainda assustam muito, sobretudo quando acontece algo com estrangeiros, como o turista que foi morto no Carnaval. Quanto aos elogios, os principais são as praias, o Carnaval e o Cristo Redentor como o grande símbolo do Rio. O Cristo e a praia de Copacabana ainda são inigualáveis no imaginário do turista estrangeiro.

BBC Brasil – No que o Rio poderia avançar nos próximos anos como destino turístico internacional?


Cunha – Precisamos investir mais em sinalização, em placas que orientem os turistas no trânsito e dentro de aeroportos, por exemplo, em português, inglês e espanhol, no mínimo, além de treinar mais pessoas nestes idiomas. Falta explicar ao turista como fazer as coisas. Ônibus, metrô, bilhetes, máquinas, como comprar ingressos. Tudo isso precisa ser modernizado.

Também falta estacionamento, vagas subterrâneas como em grandes cidades, como Paris, por exemplo. Em termos de vagas de hotéis até acho que estamos crescendo num bom ritmo, mas faltam mais hostels para acomodar os turistas mais jovens. Sempre comparamos o Rio com Londres, Paris e Nova York, e temos muito a melhorar. Mas ao lado de lugares como Buenos Aires e Cidade do México estamos muito bem posicionados.

BBC Brasil – Quais devem ser os principais impactos da Olimpíada para o Rio?

Cunha – O impacto de um grande evento como esse para o Rio é maior do que para destinos como Londres e Paris, onde já há uma infraestrutura de turismo mais consolidada e muita credibilidade internacional. Contando que tudo dê certo e que seja um sucesso, teremos aproveitado a oportunidade de mostrar o Rio para todo o mundo, prospectando novos turistas. Neste ponto haverá um grande legado, atraindo mais feiras, eventos e atividades de negócios. Haverá um reflexo adicional para o Amazonas e o Nordeste, destinos para onde o estrangeiro que vem ao Rio costuma ir também.

Haverá um legado em termos de mobilidade urbana. Metrô, VLTs, BRTs, duplicação da estrada da Joatinga, temos uma série de obras em curso que beneficiarão o turismo na cidade. Espero que surjam mais hostels, já que o perfil do turista olímpico, de acordo com as nossas pesquisas, e muito mais jovem do que o da Copa do Mundo. Gastam menos, mas ficam mais tempo, têm perfil mais diversificado. Os próprios atletas tornam-se turistas ao fim dos Jogos.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2015-02-28/rio-450-anos-cinco-grandes-desafios-para-o-futuro.html

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

"Turismo e comércio são intrinsecamente ligados", diz CNC

Eventos , O presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da CNC, Alexandre Sampaio (foto: Christina Bocayuva/divulgação)
O presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da CNC, Alexandre Sampaio (foto: Christina Bocayuva/divulgação)
Para o presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Sampaio, o Fórum PANROTAS, que será realizado nos dias 24 e 25 de março no Golden Hall do WTC Events Center, em São Paulo, não apenas fornece informações aos participantes, como também gera a eles conhecimento, por meio de valiosas apresentações de cases de sucesso. 

“Poder interagir com os agentes que efetivamente movimentam o setor também é um ponto importante da iniciativa. Ao oferecer uma programação conectada com o novo, o Fórum PANROTAS possibilita ao profissional, estudioso ou interessado na área, uma visão sistêmica e abrangente do que acontece no segmento. O evento insere-se no debate de diretrizes de governo, por exemplo, propondo às autoridades presentes sugestões e alternativas. Assim, tece um cenário do ano que se inicia e colabora para que o turismo avance em direção ao desenvolvimento seguro, responsável e inclusivo”, diz Sampaio.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) patrocina o Fórum há sete anos, e para Sampaio esta é uma forma de colaborar com os objetivos do evento, para que tenham sucesso. “Este ano vamos divulgar a mensagem de que o turismo e o comércio estão intrinsecamente ligados: o turismo movimenta o comércio e também depende dele para se desenvolver. A atividade turística é um ato comercial, uma transação negocial. Portanto, esses dois conceitos são de uma mesma natureza, vinculados entre si, e, juntos, fortalecem o setor, a sociedade e o País”, finaliza o presidente do Cetur da CNC.

Fonte:http://www.panrotas.com.br/canais/redacao/plantao/reader.asp?cod_not=110879

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Quase 1 milhão de turistas no Rio para o carnaval geram R$ 2,2 bilhões

Segundo a Riotur, quase 5 milhões de pessoas foram a blocos na cidade.

Ocupação de hotéis superou a de 2014, com média de 83,79%.

A chegada de 977 mil turistas ao Rio para o carnaval gerou renda de US$ 782 milhões – cerca de R$ 2,2 bilhões. No total, 4.793.500 pessoas foram para a folia em blocos da cidade. Os números foram divulgados neste domingo (22) pela Riotur, após o desfile do Monobloco, o segundo maior da cidade, com 500 mil foliões – o Cordão da Bola Preta atrai 1 milhão de foliões.

A ocupação de hotéis superou a de 2014 em seis pontos percentuais, com média de 83,79%. O número foi comemorado pelo secretário de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello, devido ao aumento de 10% na oferta de quartos na cidade.

Osetor de albergues, que pela primeira vez teve levantamento realizado pela recentemente criada associação do setor, a Associação de Cama e Café e Albergues do Rio de Janeiro (ACCARJ), registrou 92% de ocupação.

A atracação de dez navios de cruzeiros foi responsável pela chegada de 26 mil visitantes.

Segundo a assessoria de imprensa da Riotur, Antonio Pedro considera o esquema especial coordenado pela secretaria uma "verdadeira operação de guerra", com apoio de mais de dez órgãos públicos municipais e estaduais. O secretário diz ainda considerar que o carnaval de 2015 foi "muito melhor" que o anterior, mas que ainda há "muito o que aperfeiçoar".

NÚMEROS GERAIS DO CARNAVAL (dados da Riotur)

• BLOCOS
4.793.500 pessoas pularam carnaval nos blocos da cidade.

Maiores Públicos:
Bola Preta – 1 milhão
Monobloco – 500 mil
Bloco da Preta – 350 mil
Sargento Pimenta - 180 mil
Simpatia é Quase Amor – 170 mil
Banda de Ipanema - 100 mil
Orquestra Voadora - 100 mil

• OUTROS PALCOS
150 mil foliões nos 16 bailes populares
55 mil nos nove dias de shows no Terreirão do Samba
75 mil nos desfiles da Av. Intendente Magalhães
30 mil nos desfiles da Av. Graça Aranha
20 mil no Baile da Cinelândia
40 mil no Rio Marchinhas na Lapa

• SAMBÓDROMO
VENDA DE INGRESSOS
- Média de 94% nos quatro dias de desfile

IMPRENSA
Nº de imprensa nacional
• 1288 profissionais de 228 veículos de 14 estados do Brasil
Nº de imprensa internacional
• 362 profissionais de 142 veículos de 29 países. Destaque para EUA, França e Japão

Fonte:http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/carnaval/2015/noticia/2015/02/quase-1-milhao-de-turistas-geram-us-782-milhoes-ao-rio-no-carnaval.html

Carnaval supera expectativas de empresários do Turismo carioca

O Carnaval surpreendeu, até mesmo o empresariado carioca, envolvido em perspectivas pessimistas na economia fluminense, brasileira e além, em cenário de baixa confiança do consumidor e possibilidade de recessão neste ano. Dados consolidados sobre os impactos da movimentação de pessoas na capital fluminense durante a folia deste ano só saem a partir desta semana, pela Riotur. Representantes do Turismo carioca, porém, já apontam ganhos da data para este segmento da economia. É em datas comemorativas, inclusive, que empresários devem apostar para conseguir melhores resultados nos negócios, aposta a Fecomércio RJ. 
Só o terminal de Cruzeiros do Rio de Janeiro, o Píer Mauá, registrou um recorde de oito navios atracados simultaneamente na segunda-feira (16), contribuindo com uma movimentação de 25 mil pessoas. No dia anterior, o porto recebeu sete navios e, no sábado, três. Na madrugada de domingo para segunda, seis navios pernoitaram no local, fato inédito na história do Píer. A Riotur calculava que a capital carioca receberia, no total, 977 mil turistas, que movimentariam US$ 782 milhões. No início deste mês, o então secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio, Julio Bueno, chegou a destacar que o grande número de turistas resultaria na geração de empregos e renda para o Estado, que passa por uma série crise econômica. 
A Fecomércio RJ, em nota enviada ao JB, ressaltou a característica do Carnaval de gerar inovação, mesmo com todas as dificuldades. "O Carnaval é notabilizado pela criatividade, improviso, pela transformação do simples em luxo, arte de inovar a partir da dificuldade. Nada melhor para um ano como o de 2015. Num cenário de confiança em baixa, inflação, dólar e juros em alta, mercado de trabalho em desaceleração e, por conseguinte, crescimento hesitante, viagens domésticas, fantasias econômicas e compras para a despensa estão em alta às vésperas da festa. Comemoração que aquece diversos segmentos, como hotelaria, bares e restaurantes, vestuário e acessórios, transporte e comunicação, em termos de faturamento e postos de trabalho."
Para a entidade, como este ano deve ter consumidores seletivos, o empresário fluminense deve apostar ainda mais nas datas comemorativas para melhores resultados nos negócios. "Segundo a Riotur, 977 mil turistas devem movimentar o Rio na festa. Sem falar na movimentação do folião carioca e fluminense. É tudo o que a economia precisa neste momento", apontou. 
Na hotelaria, houve acréscimo de seis pontos percentuais em relação ao registrado no ano passado. A taxa de ocupação média da rede hoteleira do Rio de Janeiro neste carnaval chegou a 83,79%, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ). 
O maior índice foi nos bairros de Ipanema e do Leblon, que superaram 90% de ocupação média (92%). Em seguida vieram os bairros de Copacabana e Leme, com taxa de 85,34, do Flamengo e de Botafogo, com 83,10%, e o Centro, com 82,25%. A Barra da Tijuca surpreendeu a indústria, com taxa de ocupação de 77%, um aumento de quase 10 pontos percentuais em relação ao resultado do ano passado. 
Para o presidente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes, as expectativas foram superadas. "O carnaval carioca foi fortemente prestigiado, principalmente, pelos turistas nacionais, que ocuparam mais de 70% dos quartos vendidos”.
O presidente da Abav-RJ, George Irmes, em conversa com o JB por telefone, comemorou a movimentação maior que no ano anterior, que ele acredita que deve ficar em um acréscimo entre 5% e 10%. A entidade, que representa os agentes de viagem do Estado, ficou com os setores 8 e 9 do Sambódromo, e vendeu todos ingressos. Ele também chamou a atenção para o aquecimento de uma região antes evitada pela maioria dos visitantes do Rio, a Barra da Tijuca, como confirmaram os números da ABIH-RJ, e também a maior movimentação de turistas de outros estados. As obras da cidade atrapalharam um pouco, mas tudo deu certo, garantiu.
Nos dois estandes no setor 9 e no setor 8 no Sambódromo, setores turísticos, a Abav conta com 60 pessoas trabalhando. "Foi bastante interessante", comentou Irmes, lembrando, por exemplo, da grande chuva de domingo e do kit oferecido, que contava com capa de chuva, entre outras coisas. "Correu tudo maravilhosamente bem, se vendeu tudo. Eu acredito que [quando os números estiverem fechados] deve haver algum aumento, entre 5% e 10%." 
Píer Mauá teve recorde de chegadas de cruzeiros, com alguns pernoitando no local
Píer Mauá teve recorde de chegadas de cruzeiros, com alguns pernoitando no local
Irmes ressalta que o setor de Turismo ainda contou com uma ajuda adicional, o atendimento dos agentes de viagem aos navios que chegaram ao terminal de cruzeiros do Rio, com traslados e city tours a pontos turísticos como o Corcovado e, principalmente, ao Sambódromo. 
As obras na cidade inteira e o bloqueio de ruas criaram um "problema sério" de logística para esses profissionais", já que a movimentação de pessoas foi maior que no ano anterior. Irmes pondera que, em alta temporada, de qualquer forma, a situação fica caótica em áreas turísticas de qualquer lugar do mundo. 
"A cidade não está preparada, por conta dessas obras todas, para receber uma quantidade de turistas grande. Mas tudo correu bem, com toda a dificuldade que as agências enfrentaram", destacou sobre o atendimento aos passageiros dos navios. 
"O Porto, por exemplo, é um caos. Como é que você pode colocar naquele lugar, que está derrubado, cheio de problemas, 20 ou 30 ônibus? É impossível." Quando as obras estiverem prontas, entretanto, acredita o empresário, haverá condição de oferecer um atendimento melhor. A Abav, durante os dias de desfile, tem trânsito livre para chegar ao setor 9.
Um movimento que também contribuiu foi a chegada de turistas antes do previsto, devido a programação de blocos de rua, principalmente os turistas nacionais. "O Carnaval continua sendo, junto com Réveillon, o ponto máximo do turismo do Brasil, e principalmente da cidade do Rio de Janeiro. É um ganho, graças a Deus, muito bom."
Fonte:http://www.jb.com.br/economia/noticias/2015/02/22/carnaval-supera-expectativas-de-empresarios-do-turismo-carioca/

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Sete transatlânticos chegam ao Rio de Janeiro para a folia

Rio - Sete transatlânticos atracaram no Píer Mauá, na Zona Portuária do Rio, no domingo, trazendo mais de 20 mil turistas. Os navios Pacific Venus, Silver Shadow, Sovereign, Empress, Prinsendam, MSC Magnifica e Maasdam chegaram à cidade logo no primeiro horário da manhã, às 7h, e o clima dos visitantes era de muita expectativa para comemorar o Carnaval na cidade que tem uma das maiores festas do mundo. Nesta segunda, a direção do Píer Mauá vai receber mais 25 mil turistas, que serão recepcionados com show de passistas e ritmistas de escolas de samba.
No domingo, 20 mil visitantes desembarcaram no Píer Mauá rumo à folia
Foto:  Fabio Gonçalves / Agência O Dia




























Um esquema especial foi organizado para suprir a demanda de atendimento e suporte aos visitantes vindos de Europa, Argentina, Japão e outras cidades do Brasil. A Secretaria estadual de Turismo montou um estande para fornecer informações e dicas de roteiro, fora dos mais tradicionais (Corcovado, Pão de Açúcar e praias). Pontos turísticos das cidades interioranas, museus, igrejas históricas foram opções bem exploradas.

O gerente de operações do Pier Mauá, Alexandre Gomes, comentou que nem o Caribe consegue receber oito navios atracados de forma linear no Porto. Segundo ele, esta é a primeira vez que seis navios vão pernoitar no porto carioca em um domingo de Carnaval.

“Isso para o turismo é importantíssimo, movimenta a economia local, gera trabalho e renda. O nosso desafio é fazer com que o turista seja bem recebido logo que chega à nossa cidade. Assim aumentamos a chance que ele retorne”, avaliou Gomes.

Reportagem de Daiene Mendes

Fonte:http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-02-15/sete-transatlanticos-chegam-ao-rio-de-janeiro-para-a-folia.html

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Pesquisa do Sebrae-RJ traça perfil de turistas de albergues e pousadas do Rio

Pesquisa feita pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Rio de Janeiro traça o perfil do turista que se hospeda na capital fluminense, em estabelecimentos fora da rede hoteleira convencional, como albergues, pousadas e hostel, e constatou que os jovens entre 18 e 29 anos predominam (58,5%). Com apoio da Associação de Cama e Café e Albergues do Rio e daEmpresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), a sondagem ouviu 306 turistas nacionais e estrangeiros como parte do projeto Gestão Turística e Sustentável dos Meios de Hospedagem, do Sebrae-RJ.
A pesquisa apurou que 55% dos entrevistados eram mulheres. A maior parte dos hóspedes de albergues têm curso superior completo ou pós-graduação (55%) e são solteiros (80,7%). Os turistas brasileiros foram maioria entre os entrevistados (60%), seguidos de argentinos (6%), franceses (3,6%) e alemães (3%), sendo que 43,3% relataram já ter viajado de duas a cinco vezes pelo Brasil, nos últimos 12 meses.
Entre os estrangeiros, 51% responderam que era a primeira vez que visitavam o Rio de Janeiro, e desejam retornar à cidade. Para os turistas regulares de albergues e pousadas (60,8%), o fator preço é determinante para a escolha, com 46,4% das respostas. Outros fatores que contam, pela ordem, são oportunidade de socialização (15,7%), infraestrutura (15,4%) e localização (12,7%).
Um fato que surpreendeu a coordenadora do projeto, a  turismóloga Vanessa Cohen, é que a renda familiar mensal desses turistas oscila entre R$ 2.500 e R$ 5.000 para 34% dos consultados, e entre R$ 5.000 e R$ 10.000 para 22%. Os albergues e hostels são um tipo de acomodação cuja procura vem crescendo muito, sobretudo nas metrópoles, em função doscustos mais baixos diante dos valores altos cobrados pela hotelaria convencional, o que atrai “aquele turista que tem um orçamento mais apertado e quer, de repente, ter uma estada um pouco maior”, comentou.
O projeto Gestão Turística e Sustentável dos Meios de Hospedagem mostra para esses pequenos empreendimentos hoteleiros de que forma eles podem utilizar esse aspecto da sustentabilidade para otimizar seus serviços e reduzir custos, com reflexos positivos para os hóspedes. Além de mostrar a oferta disponível de albergues no Rio de Janeiro, a ideia da pesquisa é revelar o perfil do frequentador desses estabelecimentos, o tipo de roteiro que pretende fazer e atrativos que despertam interesse.
Contrariando a permanência média de turistas em hotéis, de dois a três dias, a pesquisa revelou que, em alguns casos, o turista de albergue, hostel e pousada fica mais, em torno de cinco dias. A economia no valor da hospedagem faz com que ele decida permanecer mais tempo. Intercâmbio cultural e maior vivência local com relação a atrativos não convencionais são outros requisitos procurados, percebidos na sondagem. O Sebrae-RJ atende, atualmente, a 39 estabelecimentos hoteleiros de pequeno porte no estado do Rio de Janeiro, sendo oito na capital, cinco em Paraty, 18 na Ilha Grande e oito em Armação dos Búzios.
Vanessa Cohen disse que o Sebrea-RJ está trabalhando conceitos de sustentabilidade para os albergues e pousadas, entre os quais a questão da eficiência energética e a redução do consumo de água, visando a estender essa conscientização também aos hóspedes. A meta é que a rede de empreendimentos que participa do projeto possa oferecer um diferencial aos turistas, com base no tripé da sustentabilidade, que envolve a questão ambiental, o fortalecimento da economia e o consumo de serviços e produtos locais.
Fonte:http://www.jb.com.br/rio/noticias/2015/02/13/pesquisa-do-sebrae-rj-traca-perfil-de-turistas-de-albergues-e-pousadas-do-rio/